

Ivan Jubert Guimarães
08/04/2009
Hoje, faz um mês que ela se foi,
E ainda guardo na lembrança
Coisas do tempo de criança
Coisas que ela fez para mim.
De um carrinho de fricção,
Que na primeira corrida,
Ficou parado no chão,
Brinquedo danado, todo quebrado.
Lembro-me da primeira escola
Aonde ia sem estar matriculado,
Ficava sentado no pátio,
Esperando o sinal ser tocado.
Lembro-me das rezas da Ave Maria
Acompanhando a missa pelo rádio,
Tempos de fé e de esperança,
Embora eu fosse pequeno, uma
criança.
Quando cresci, ela sempre
atenta,
Mostrava-me os caminhos a
seguir;
Filho único, eu nem sabia aonde
ir,
Não havia perigo, eram os anos
sessenta,
Eu já tinha um bom emprego
Quando entrei na faculdade,
Mas rebelde, incuti-lhe medo,
Dono de mim parecia autoridade.
Quando voltava para casa de
madrugada,
Ela fingia dormir, mas esperava
acordada;
Se escutasse barulho na cozinha,
Ela aparecia do nada e preparava
um leite quente.
Quando eu ficava doente notava
sua ansiedade,
Ficava do lado a todo instante
rezando
Para que eu me curasse depressa,
Se a dor fosse muito forte,
dá-lhe compressa.
Faz um mês que ela se foi, mas
sinto sua proximidade,
Ela está em meu coração e em meu
pensamento.
Lembro dela a todo o momento e
estaremos juntos
Até o reencontro que teremos na
eternidade!
Ivan Jubert
Guimarães
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reservados ao autor


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